sexta-feira, 20 de abril de 2012

O silêncio na Islândia.



Após a crise econômico-financeiro, que arrasou o país, o povo islandês deu uma lição à Europa e ao mundo, enfrentando o sistema e dando um exemplo de democracia ao mundo.

Lição esta que se encontra encoberta pela censura dolosa da mídia controlada.

Se há quem acredite que nos dias de hoje não existe censura, então que nos esclareça porque ficamos alheios de muitos fatos acerca do que se passa no Egito, e porque é que os jornais não têm dito absolutamente nada sobre o que se passa na Islândia.

Na Islândia:

O povo obrigou à demissão em bloco do governo;

Os principais bancos foram nacionalizados e foi decidido o não pagamento das dívidas que eles tinham contraído junto aos bancos do Reino Unido e da Holanda, dívidas que tinham sido geradas pelas suas más políticas financeiras.

Foi constituída uma assembléia popular para reescrever a Constituição.

Tudo isto pacificamente.

Uma autêntica revolução contra o poder que conduziu esta crise.

Aí está a razão pela qual nada tem sido noticiado no decurso dos últimos dois anos.

O que é que poderia acontecer se os cidadãos mundiais viessem a seguir esse exemplo?

Sinteticamente, eis a sucessão histórica dos fatos:

2008: o principal banco do país é nacionalizado. A moeda afunda, a Bolsa suspende as atividades. O país encontra-se em bancarrota.

2009: os protestos populares contra o Parlamento levam à convocação de eleições antecipadas, das quais resulta a demissão do primeiro-ministro e de todo o governo.

A desastrosa situação econômica do país mantém-se.

É proposto ao Reino Unido e à Holanda, através de um processo legislativo, o reembolso da dívida por meio do pagamento de 3,5 bilhões de euros, montante suportado mensalmente por todas as famílias islandesas durante os próximos 15 anos, a uma taxa de juro de 5%.

2010: o povo sai novamente às ruas, exigindo que essa lei seja submetida a referendo.

Em janeiro de 2010, o presidente recusa ratificar a lei e anuncia uma consulta popular.

O referendo tem lugar em março. O NÃO ao pagamento da dívida alcança 93% dos votos.

Entretanto, o governo dera início a uma investigação no sentido de enquadrar juridicamente os responsáveis pela crise.

Tem início a detenção de numerosos banqueiros e figuras superiores.

A Interpol abre uma investigação e todos os banqueiros implicados abandonam o país.

Neste contexto de crise, é eleita uma nova assembléia encarregada de redigir a nova Constituição, que acolha as lições retiradas da crise e que substitua à atual, que é uma cópia da constituição dinamarquesa.

Com esse objetivo, o povo soberano é diretamente chamado a se pronunciar.

São eleitos 25 cidadãos sem filiação política, dentre os 522 que apresentaram candidatura.

Para esse processo é necessário ser maior de idade e ser apoiado por 30 pessoas.

A assembléia constituinte inicia os seus trabalhos em fevereiro de 2011 a fim de apresentar, a partir das opiniões recolhidas nas assembléias que tiveram lugar em todo o país, um projeto de Carta Magna.

Esse projeto deverá passar pela aprovação do parlamento atual bem como do que vier a ser constituído após as próximas eleições legislativas.

Eis, portanto, em resumo a história da revolução islandesa:

Demissão em bloco de um governo inteiro;

Nacionalização da banca;

Referendo, de modo a que o povo se pronuncie sobre as decisões econômicas fundamentais;

Prisão dos responsáveis pela crise;

Reescrita da Constituição pelos cidadãos;

Ouvimos falar disto nos veículos oficiais de notícia?

Ouvimos falar disto nos debates políticos?

Vimos alguma imagem destes fatos na televisão?

Evidentemente que não!

O povo islandês deu uma lição aos feitores, enfrentando o sistema e dando um exemplo de democracia ao mundo.

Fontes:

http://odiario.info/

http://www.revistaforum.com.br/conteudo/detalhe_noticia.php?codNoticia=9818

http://inacreditavel.com.br/wp/por-que-o-silencio-sobre-a-islandia/

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